Estamos começando a quadragésima edição da coluna Otoko Repórter, um espaço informativo e opinativo no B de Bara. E desta falaremos sobre personagens queer nos videogames.
Por que temos personagens Queer nos games?
Para a mídia, o videogame se aproxima cada vez mais do patamar de arte. Em várias ocasiões, jogos tem causado tanto fascínio quanto o cinema, a música ou uma pintura, muitos deles também se apresentam como uma maneira completamente nova de apresentar uma narrativa que não poderia ser experienciada da mesma forma em nenhuma outra mídia.
Mas um dos pontos que mais aproxima os jogos eletrônicos, que lutam para serem considerados como obras de arte, e as artes em si é que ambos traduzem uma visão da sociedade em que forma concebidos.
E sendo assim, é impossível que os videogames ignorem as representações LGBTQ+, já que elas fazem parte, quer algumas culturas aceitem ou não, da sociedade. E estas representações são tão boas ou ruins quanto as feitas em suas respectivas culturas.
Representação
A interação é o elemento fundamental dos videogames. Isso faz com que seja impossível jogar uma partida de qualquer jogo exatamente da mesma forma duas vezes seguidas, e também cria um vínculo pessoal entre o jogador e o jogo.
Esta ligação é tão estreita que mesmo quando jogamos jogos em terceira pessoa não fugimos de pensamentos tais como “preciso subir de nível”, “não queria este caminho” ou “morri”, quando na verdade nos referimos ao personagem que está na tela.
E exatamente por esta ligação que quanto mais simples são os gráficos mais genéricos são os personagens e quanto mais complexos eles se tornam mais representações vão surgindo. Logo, não podemos negar o prazer que sentimos ao jogar com um personagem LGBTQ+ e o quanto isso é importante. (mais detalhes na OR21)
O Mário, em sua primeira versão dava poucos detalhes de como seria aquele personagem, enquanto Frisk, de Undertale deixa em dúvida até o gênero do personagem
As melhores e piores representações
Para simplificar eu separo todos os personagens LGBTQ+ dos videogames em três categorias que podem ser usadas até para outras mídias. Estas categorias não são fixas pois muitos personagens são passiveis de releituras e atualizações.
As carrancas – São representações usadas como chacota que tratam tudo que não é estritamente heteronormativo como bizarro, engraçado, grotesco ou como uma forma de satisfazer os fetiches de alguns jogadores.
Super Mario Bros. 2 (1988) – A descrição deste personagem era “Ele acha que é uma menina e põe ovos pela boca”. Mas questionar o sexo biológico dos dinossauros do Super Mário nos faze pensar se o Yoshi realmente é macho, já que ele também põe ovos...
SaGa Frontier (1997) – Pela história do jogo Asellus foi infundida com sangue místico que a fez ter atração por outras mulheres, logo é algo que foi “imposto” a ela e por isso ela está nesta categoria de más representações.
Os enclosetados – São os personagens que estão no “armário”. Eles só são Queer por conta de um detalhe que anuncia isso em algum produto oficial, dado empresarial ou declaração. Porém, esta informação não é usada ou relevante para o desenvolvimento do próprio personagem quando não é usada apenas para estimular a opinião pública.
Phantasy Star II (1989) – O personagem Usvestia é considerado gay por ensinar uma técnica aos personagens masculinos do jogo apenas por achá-los fofos.
Chrono Trigger (1995) Flea, foi a primeira personagem declaradamente não binária, infelizmente isso não é nem um pouco explorado no jogo.
Os militantes – Tem casos em que os personagens é LGBTQ+ e este dado é importante para seu desenvolvimento. Estes são os mais importantes para as questões de diversidade.
Moonmist (1986)-trouxe a primeira personagem queer dos jogos eletrônicos, Vivian Pentreath, uma artista indignada com o relacionamento hétero de sua namorada.
Caper in the Castro (1988)-foi o feito em homenagem a comunidade LGBTQ+ de São Francisco onde todos os personagens são gays e lésbicas.
Final Fight (1989) – A Poison é uma das poucas personagens que estiveram em todas as categorias. Os documentos do jogo diziam que ela era newhalf (um termo vulgar para trans não operadas ou travestis). Nos Estados Unidos ela foi tratada como mulher por muito tempo, mas hoje ela é considerada a trans mais famosa dos videogames e mais velha.
Porém, ainda há uma menção honrosa para os personagens que, mesmo não sendo LGBTQ+ são empurrados vale abaixo pela própria fanbase de uma obra. Outras vezes estes mesmos fans tratam de corrigir injustiças ou erros que foram cometidos com personagens antigos.
O papel dos fãs
Porém, ainda há uma menção honrosa para os personagens que, mesmo não sendo LGBTQ+ são empurrados vale abaixo pela própria fanbase de uma obra. Outras vezes estes mesmos fans tratam de corrigir injustiças ou erros que foram cometidos com personagens antigos.
Entre os exemplos de cada categoria usamos personagens bem antigos para que não achem que é a presença de personagens queer é uma moda ou Pink Money. Porém há uma lista bem completa de personagens LQBTQ+ que vale uma bela conferida.
RED LUBE
A Red Panda toys é uma excelente alternativa para quem está assustado com os brinquedos da Bad Dragon, principalmente depois da explosão do preço do dólar. Entre seus produtos mais interessantes tem o lubrificante com textura de sêmen.
Investimento: R$40
Onde encontrar: Red Panda Toys
É incrível o quanto o Japão consegue ser tão retrogrado quando o assunto é diversidade. Obrigar uma pessoa a se esterilizar já foi usado como pena para homossexuais e foi considerado algo cruel e desumano independente do método.
Que o atual governo tem um completo descaso com os portadores de HIV e AIDS todos nós já sabíamos, mas agora está chegando num ponto que pode se considerar assassinato em massa.
E está não é única medida do Governo Federal contra o combate ao HIV. Ainda tivemos a retirada de informações importantes sobre o vírus de todas as redes sociais do Governo e as mudanças estruturais no Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Estou torcendo para que o Bozo precise destas informações um dia.
E está não é única medida do Governo Federal contra o combate ao HIV. Ainda tivemos a retirada de informações importantes sobre o vírus de todas as redes sociais do Governo e as mudanças estruturais no Departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Estou torcendo para que o Bozo precise destas informações um dia.
Sem ficar melindrando a DC já deixa bem claro em sua animação aquilo que já havia sido confirmado nos quadrinhos.
The Sims 4 destaca casal de lésbicas na capa de sua nova expansão
Sendo um dos primeiros jogos a ter beijo homoafetivo até que demorou para ganhar uma capa assim. Porém o jogo de simulação de convivência já tem muitas opções de representatividade, tais como portas de banheiro não binárias, bandeiras LGBTQ e a possibilidade de criar personagens trans.
Encerramos por aqui a quadragésima edição da coluna Otoko Repórter. Espero que tenham gostado, pois este artigo terá uma segunda parte. Obrigado por lerem até aqui e aguardo todos vocês no Instagram da @otoko.reporter e em todas as redes sociais do B de Bara. Um abraço do Otoko e boas fodas.
Marduk Hunk Otoko
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