Boa noite. Estamos começando a vigésima primeira edição da coluna Otoko Repórter, um espaço informativo e opinativo no B de Bara. Este mês falarei sobre modelos de comportamento. Então pergunto a vocês: Quais personagens ou pessoas foram os melhores exemplos para a sua sexualidade?
Quando
aprendemos que o certo é certo e o errado é errado?
Assim que nascemos não sabemos o que é certo
ou errado. Aos poucos nossas famílias nos ensinam o que é aceitável ou não. mesmo
que de forma não intencional. Com o tempo e expansão das nossas interações
sociais passamos a assimilar os valores de outros grupos nos quais nos
inserimos.
Então uma criança que tenha pais com tatuagem
e conviva com pessoas tatuadas acaba achando a ideia de marcar o corpo muito
mais normal do que aquela que convive com uma família sem pessoas tatuadas e em
uma sociedade onde as tatoos são mal vistas (como a japonesa, por exemplo).
Conceitos,
modelos e pré-conceitos
Quando vamos criando nosso leque de
conceitos, principalmente aqueles que vão definir nossos comportamentos,
acabamos por fazê-lo com base nos modelos que nos são apresentados, sejam eles
bons ou ruins, validos ou não.
Inevitavelmente acabamos por pegar modelos
muito rasos ou falhos de determinadas coisas. Por tanto, mesmo que você não
queira admitir, somos naturalmente preconceituosos, pois ao nos depararmos com
algo novo (uma pessoa, situação, objeto, etc...) fazemos comparações deste algo
com aquilo que temos de referência.
Mas o real problema do pré-conceito acaba não
sendo ele em si, mas o que cada um faz com ele, alguns preferem dar oportunidades
para desconstruir certos conceitos, mas outros preferem aceitá-los.
Um
bom exemplo para nós
Como disse, desde a infância precisamos de
modelos para moldar nossa personalidade, porém nem tudo é moldado pelo ambiente
em que vivemos, por aquilo que nos é apresentado ou até mesmo pela nossa
própria vontade. A homossexualidade é uma destas coisas.
Mas ao contrário dos cisgêneros
heterossexuais, quem é LGBT facilmente nota que não é igual a maioria ou aos
exemplos apresentados.
Alguns podem descobrir que são gays na
adolescência outros já sabem desde a infância e até tem quem se descubra gay
quando adulto. Há casos de pessoas que nem chegam a descobrir e mantém isso
dentro de si em uma tentativa de auto negação.
Quando o individuo é cercado de bons exemplos
LGBT esta descoberta e aceitação é muito mais fácil, caso contrário pode ser
que haja muito sofrimento e baixa na autoestima.
E
um bom exemplo para eles
Em contra-partida mesmo uma criança
heterossexual precisa ter contato com bons exemplos LGBT para que ela possa ter
a possibilidade de saber que no mundo há pessoas diferentes.
Ocultar ou censurar exemplos LGBT do convívio
de um individuo só fará com que ele se prenda às imagens erradas e acabe por
gerar uma sociedade mais preconceituosa.
Logo, o fato de censurar um conteúdo por
conter insinuações LGBT é um dos maiores atos de homofobia, pois ele permite que
o preconceito se perpetue.
Quais
seriam os bons e maus modelos?
Aqui eu listei o que eu considero os três
piores exemplos de referências gays e suas antíteses.
A palhaça X A Poderosa
Aqui eu enquadro os personagens afeminados usados
como alivio cômico. O mal que eles fazem não é por serem afeminados, mas por
esta característica ser tratada como um fator ridicularizante. É muito difícil
encontrarmos na mídia ocidental um personagem afeminado porém sério, que torne
seu lado feminino uma potência e não uma fraqueza.
Em contra partida temos a personagem que
encontre em sua identidade de gênero apenas uma característica de sua
personalidade que a permite ver o mundo de uma forma diferente dos outros.
Noriko (Fushigi Yuugi), feminina
sim, fraca nunca!
O gay
no armário X O Assumido
Este é aquele personagem que todos dizem que
ele é gay, mas nunca é revelado se sim ou se não. Eles costumam ser sempre
solitários e alheios aos próprios sentimentos. Isto é quase que um grilhão para
uma pessoa que está com problemas em se aceitar e sair do armário.
Vez por outra alguma empresa tenta apagar o
prejuízo que estes personagem deixam ou tentam fazer média dizendo algo como “ Sabe
personagem X? Pois é, ele é gay”.
Em oposição temos os personagens que são LGBT
e não tem medo de esconder isso, que não deixam entrelinhas mas deixam sutil o
suficiente para quem está prestando atenção na narrativa.
Pearl, ser “lésbica” não a faz um
personagem secundário! Do it for her!
O
animal sexual X O cotidiano
Estes são os personagens que só conseguem
provar que são gays pelo sexo e o único aspecto explorado neles é esta questão
e nada mais. Não raro eles tendem a agir de forma promiscua. Normalmente também
são tratados de um forma cômica ou como algo para gerar estranheza.
Um personagem gay ideal não precisa ser um viciado
em sexo, apenas uma pessoa normal e pessoas normais transam, mas não tem este
como o único aspecto de suas vidas.
Hulkling e Wiccano eles fodem, mas jogam vídeo game, lutam contra vilões e tudo mais que casais normais fazem
TWO HOSES
A editora Massive não decepciona e prova que veio para ficar. Desta vez com uma história romântica e sexual entre dois belos bombeiros corpulentos desenhados ao estilo do nosso amado Jiraiya.
Investimento: $11
Onde comprar: Massive
My Brother's Husband, Volume 1
Estará sendo lançando em maio a graphic novel My Brother's Husband, conhecida e amada por aqui como O Marido do Meu Irmão. O primeiro volume já está na pré-venda e terá páginas coloridas e capa dura!
Investimento: $24,95
Onde comprar: Penguin Random House
Judo Club
E mais um incrível mangá está na pré-venda da editora gay Bruno Gmünder. Para quem estiver interessado vale lembrar que o aniversário do nosso amado chefinho é no dia seis de julho e um passarinho verde me contou que ele adoraria receber este item tão maravilhoso.
Investimento: $19,60
Onde comprar: Amazon
YouTube está censurando clipes de artistas e conteúdo LGBT com novo recurso
Ingratidão é triste. O youtube só é o que é hoje por uma grande quantidade de produtores de conteúdo que viram na ferramenta um espaço para falar de QUALQUER assunto e por conta dos artistas pop.
Se os menores não encontrarem conteúdo construtivo sobre a cultura LGBT provavelmente eles irão para o pornhub a concorrência.
“Proibir discussão de gênero nas escolas é inconstitucional”
Encerramos por aqui a vigésima primeira coluna Otoko Repórter. Espero que tenham gostado.
Este é um assunto que deveria ter sido abordado bem antes, mas não
encontrei uma boa oportunidade para isso. Porém, alguns acontecimentos recentes
me fizeram acreditar que este seria um bom momento para abordar esta temática.
Acho que
mais uma vez a coluna ficou maior do que eu esperava. Espero que não fiquem
enjoados lendo este textão de um daddy tagarela.
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quiserem podem enviar sugestões de pautas, fandoms e notícias por e-mail também.
Marduk Hunk Otoko
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