Estamos começando a trigésima oitava edição da coluna Otoko Repórter, um espaço informativo e opinativo no B de Bara. E desta vez estamos com uma entrevista exclusiva com o ilustrador e designer Rafael Bastos Reis,o idealizador da POC CON.
Nome completo: Rafael Bastos Reis
Idade: 28 anos
Naturalidade: Salvador
Residência: São Paulo
Profissão: Designer
Redes sociais:
Twitter: @rafabrilustra
Instagram: @rafabrilustra2
Facebook: Rafabr Ilustra
Tumblr: Rafabr Ilustra ( se por acaso alguem usa ainda hehehe )
OR: Com qual das letras LGBTQI+ você mais se identifica?
R: Eu sou um homem gay cis.
OR: Qual o estado do seu relacionamento?
R: Teoricamente namorando, mas estamos morando juntos já,
então tem quem fale que estamos casados, mas nada legal ainda... :p
OR: Quais suas nerdices preferidas (séries, RPG, HQs,
Videogames,etc...) ?
R: Não tenho tantas assim, mas se for pra dizer algumas
coisas que sou mais fã acho que seria, Jurassic Park, Pokémon, Gravity Falls e
Avatar (Lenda de Aang / Korra, não aqueles treco azul hehehe). Já tive meu
momento de RPG, mas tem muito tempo, e meu momento gamer também hehehe...
OR: Qual seu estilo musical preferido atualmente?
R: Eu sou beeeem eclético, do tipo de ouvir gospel, depois
funk aí dou um pulo em R&B depois volto pro pop. Maaaaaaaaaaaas se é pra
escolher uma coisa, eu to ouvindo muito o novo álbum da Carly Rae Jepsen e nunca
paro de ouvir o Pomplamoose.
OR: Música chiclete que está grudada na sua cabeça nesse
momento e por que?
R: "Everything He Needs" da Carly, ela é a mestra
em fazer música chiclete e sempre com muita qualidade e umas letras muuuuuuuito
fofas. Não tem como não repetir o refrão.
OR: Comente
“Juntos e Shallow Now”.
R: HAHAHAHAHAHAHAHAHH
OR: Quais seus passatempos?
R: Na maioria das vezes eu sou bem caseiro, gosto de receber
amigos em casa, jogar conversa fora, ver alguma série. Mas como mesmo depois
de 6 anos, São Paulo ainda é uma novidade pra mim eu gosto muito de sair
andando pela cidade, principalmente se for pra apresentar a alguém que não
conhece.
OR: Um filme que te marcou, um que você detesta com todas as
forças e um guilty pleasure.
R: Me marcou: Jurassic Park, sempre, até hoje vejo
religiosamente, forço todo mundo a ver e ainda fico fazendo comentários sobre a
gravação hahahaha...
Detesto com todas as forças: Achei pesada essa categoria
hahahaha... Não consigo lembrar de nenhum agora, acho que quando não gosto
mesmo eu apago da memória, não sei :p
Guilty Pleasure: As Panteras, é aquele filme tão ruim, que
ele faz a curva e fica PERFEITO!
OR: Como foi seu desenvolvimento como artistas? Formação,
cursos e suas primeiras inspirações?
R: Eu seeeeeempre desenhei, meus pais falam que já com 4
anos eu desenhava uns ímãs que tinham na geladeira de casa. E foi uma coisa que
meu pai sempre estimulou, ele me ensinava a desenhar o cebolinha, minha mãe
trazia do escritório papel de rascunho pra eu desenhar no verso. Na
adolescência eu desenhava pra meu primos (fazia uns quadrinhos e tal). Mas eu
nunca levei muito a sério, mesmo querendo ser desenhista quando novo, aí tive
um "limbo" que não praticava muito e fiquei meio empacado. Eu só vim
fazer um curso quando me mudei pra São Paulo, aí de uns 4 anos pra cá eu
comecei a prestar mais atenção em crescer como artista mesmo, o que ficou ainda
mais forte quando criei o Instagram pra postar as ilustrações.
OR: Quais seus trabalhos autorais, e onde podemos
encontrá-los?
R: O meu principal trabalho hoje é o Pornolhices, que é como
chamo todas as ilustrações homoeróticas que eu faço. Eu estou começando a
escrever uma história sobre descobrimento e aceitação (vai ser meio
biográfica), de vez em quando posto alguma ilustração sobre esse projeto, mas
ele ta meio difícil de sair hehehe...
Tenho alguns exemplares do Pornolhices na Ugra Press aqui em
São Paulo, mas quem quiser comprar é só falar comigo por DM em qualquer rede
social que eu envio por correio também. Eu fiz uma lojinha virtual por um
tempo, mas não vingou.
OR: Têm algum projeto autoral futuro que possa nos revelar?
R: Acho que o autoral que falei mais cedo mesmo, a história vai ser chamar, até então, "Você Viu Vitor?" vai contar a história de um rapaz que desaparece quando se aproxima das pessoas, vai ser bem intimista e provavelmente sem nada muito explícito.
OR: Muitas de suas
ilustrações têm um aspecto “sexy, mas fofo”, por que este contraste é tão
presente na sua arte?
R: Eu sempre gostei de cartoon e humor, acho que o humor
sempre foi um jeito de eu lidar com algumas coisas, então acho que foi meio
inevitável isso não refletir no trabalho. Eu acho que essa leveza ajuda a
tratar de assuntos que não precisariam ser tão pesados como, no caso, a nossa
sexualidade.
OR: Você poderia trabalhar isso de diversas formas, por que
conteúdo adulto? Fora dar uma leveza a este tema, quais outros motivos
resultaram nesta escolha?
R: Eu sempre fui fascinado por sexualidade, não sei dizer
exatamente o porquê, mas eu tinha a sensação de que não tinha com quem falar
sobre, aí que a internet surgiu (#velha) e que comecei a entender um pouco
mais.
As ilustrações que faço hoje são um jeito de entender minha própria
sexualidade, além de uma porta pra entender a de outras pessoas, como eu posto
em redes sociais isso sempre gera um debate interessante e tudo mais.
OR: Como você organiza seu processo criativo?
R: Eu não tenho um processo muito claro não, algumas
ilustrações surgem de situações que eu vejo, ou que passo, ou que amigos me
contam, acho que até por isso eu não produzo muuuuuuuuuita coisa. Mas
basicamente vem uma ideia de uma situação divertida/sexy aí começo os sketchs,
eu até preciso mudar isso pra conseguir produzir mais heheheh...
OR: Você pode nos mostrar como é seu local de trabalho /
espaço de criação?
R: beleza, eu tenho dois, porque tô com o PC do escritório
aqui em casa, aí tô usando ele, mas na real é só um note na mesa da sala.
Ilustração ainda inédita! |
OR: Quais são os artistas que te influenciam?
R: Nuss são muitos! Vai desde homoeróticos até o povo mais
família brasileira hehehe. Gengoroh Tagame, Seizou Ebisubashi, Nickie Charles,
Disdooz, Meesh, Fits, Ricardo Lira, Ismael Alvarez, Chris Sanders...
OR: Na sua opinião quais são os maiores desafios para ser um
artista no cenário nacional (principalmente no meio adulto)? Por que vale a
pena?
R: Acho que o maior desafio pra quem faz qualquer trabalho
erótico é lidar com o conservadorismo, eu passei recentemente por uma denúncia
e perdi minha conta do Instagram, tenho que começar tudo de novo, e vira e mexe
um artista novo passa por isso, até as redes mais livre pra isso, como o
tumblr, acabam caindo. É muito difícil porque as pessoas enxergam seu trabalho
como um crime, sendo que a sexualidade é a coisa mais natural que existe. Vale
a pena discutir sobre qualquer tipo de assunto, principalmente quando a gente
percebe o quanto parece que estamos andando pra trás.
OR: Peludos ou pelados? E por que peludos?
R: acho que ainda prefiro peludos pelados ahahaha. Eu acho que minha preferência por peludos veio meio que por
identificação, eu SEMPRE fui zoado por ser peludo e nunca me senti bonito por
isso, quando comecei a consumir pornografia eu vi que tinha MUITO homem peludo
que nem eu, ai isso mudou completamente meu jeito de entender meu corpo e
acabou refletindo nas minhas preferencias também.
OR: Em uma entrevista você declarou que as ilustrações de
Pornolhices foram inspiradas em atores pornô de sua preferência. Quem seriam
eles?
R: Na verdade eu comecei a pensar em postar artes homoeróticas
ilustrando uns atores porno que eu gostava e que tinham redes sociais, teve o
Tim kruger, Tegan Zayne, Paddy O'Brian e uns modelos de tumblr.
OR: Na sua opinião qual melhor posição para transar?
R: Ai, isso depende muito do dia, mas frango assado pra mim é
incrível porque da pra beijar, olhar nos olhos...
OR: Fora a camisinha, que acessório é indispensável na cama?
R: Er… Lubrificante? Hahahahah, não sou muito de acessórios
não, de vez em quando que invento de colocar alguma coisa no meio.
OR: Qual personagem da cultura pop você levaria para cama e
com qual você casaria (não importa se é 2D ou 3D XD)?
R: Ai que pergunta difícil, são tantos crushs... Acho que
pra cama levaria o Wolverine ou o Zangief... Casaria acho que com Bolin (de A
Lenda de Korra), ele é lindo, gostoso, engraçado e tudo mais! ❤
OR: Nos conte uma situação bizarra / engraçada que já passou
no sexo.
R: Nossa eu tenho poucas situações assim, acho que no
máximo que aconteceu foi eu sentir uma cãibra na perna quando tava de ladinho
que fiquei completamente travado ai tive que parar tudo hahahah...
OR: Está nos aplicativos de encontro? Se sim quais?
R: Em nenhum, na época de solteiro só tava no Scruff porque
era o único que tinha pra Windows Phone hahahaha...
OR: Um esteriótipo de relacionamentos gays que te irrita?
R: Eita, essa foi difícil agora, hahaha. no geral eu não
gosto desse movimento recente que fica discutindo monogamia e poliamor da pior
maneira possível. De um lado o povo se acha dono da moral e bons costumes por
ser monogâmico e do outro o povo se acha a essência da desconstrução porque são
poliamorosos.
Não tem formula pra relacionamento, é uma construção que você faz
com uma, ou mais pessoas, com consentimento.
OR: Ativo, passivo ou versátil?
R: Versátil! \o/
OR: O que teremos na Poc Con?
R: Diversidade, orgulho e muuuuito talento! Vai ser uma
celebração dos talentos da nossa comunidade mesmo, se tivéssemos espaço
colocaríamos todos os inscritos pra expor lá, mas selecionamos buscando o
máximo de diversidade possível.
OR: Em muitos outros eventos já havia uma grande quantidade
de artistas queer misturados a tantos outros, então de onde veio a necessidade
de fazer um evento como a Poc Con?
R: Acho que quando fazemos um evento assim protagonizado
apenas por artistas LGBT a gente cria uma janela enorme para discussão de muita
coisa. Além de nem todos os artistas serem assumidos, as vezes só o público
LGBT reconhece que os artistas são LGBTs, então quando temos uma feira onde
você tem certeza que todos os expositores são, já quebra muito preconceito e
promove discussão, porque existem artistas com os mais diversos tipos de
conteúdo produzindo e isso é muito importante.
OR: Quem são seus parceiros no evento?
R: Quem tá tocando o projeto comigo é o Mario César,
a gente se conheceu por um amigo em comum, ele tem um trabalho fantástico!
OR: Há patrocínio de alguma empresa, marca ou entidade no
evento?
R: Ainda estamos fechando alguns patrocinadores, como é uma
situação que muda o tempo todo, não consigo dizer quais estão de pé no dia que sair
essa entrevista, nas nossas redes falamos sobre tudo isso!
OR: Como foi selecionar 50 artistas, dentre 345 candidatos?
Quais foram os critérios?
R: Foi MUITO difícil! A gente precisou fazer vários filtros. Primeiro que tiveram uns héteros cis que se inscreveram, depois filtrar as
pessoas que não tinham um trabalho que casava com a proposta da feira (que é
quadrinhos / ilustração / artes gráficas) e depois foi buscar o máximo de
diversidade possível.
Colocamos a meta de ter mais mulheres que homens, balancear
a quantidade de trans, dar prioridade para artistas não-brancos. Lógico que
nesse processo muita gente boa ficou de fora, mas a gente precisou fazer esses
cortes pra que as 50 mesas sejam ocupadas por todas as letras da sigla.
OR: O que é mais difícil em organizar um evento para o
público LGBTQI+?
R: Então, na real não é um evento PARA o publico LGBTQI+,
mas sim um evento PROTAGONIZADO pelos LGBTQI+. Ainda é meio difícil dizer
porque a gente tá com uma experiencia fora da curva, as coisas tem dado muito
certo, todo mundo abraçou muito a ideia e deu uma repercussão muito grande.
OR: Podemos contar com uma Poc Con 2020 ou ainda é cedo?
R: Meu desejo é ter Poc Con até 2120 na real hahaha, mas é
cedo pra falar ainda, eu sou muito cético, então só vou conseguir dizer com
certeza no dia seguinte da feira hehehe...
OR: A entrada é livre, né?
R: Isso, a entrada é livre, mas como o espaço é pequeno
vamos ter um controle de acesso por segurança e conforto.
OR:
Você se considera ativista? Por que e por quais causas?
R:
outro assunto bem complicado, acho que todo LGBTQI+ é inerentemente ativista em
menor ou maior grau, porque nossa própria existência já levanta muita coisa.
Lógico que eu vim de uma família de classe média, sou branco e isso me da uma série
de privilégios, mas viver como um LGBTQI+ já te faz ser ativista de alguma
maneira. Eu gosto muito de conversar e discutir, mas eu acredito muito na ideia
de "microinfluência" , eu tento trazer debate nas pessoas próximas a
mim, no meu convívio, saca?
OR:
Quem lacra não lucra?
R:
Acho que Pantera Negra e Capitã Marvel estão aí pra dizer muita coisa né?
Hahahahaha...
Eu
acho um pouco errado a gente associar o sucesso de uma coisa a necessariamente
o lucro que ela pode dar, até porque se a gente sair da esfera de Hollywood têm
varias maneiras da gente se posicionar e ser bem sucedido, sem necessariamente
"lucrar", é bem complicado.
OR:
A cultura nerd está sendo salpicada de representatividades, ao mesmo tempo
temos uma onda de empresas só de olho no Pink Money. Neste contexto, o que você
acha que foi bem representativo e o que foi um tiro no pé (tanto em quadrinhos,
cinema, série, etc...)
R:
Acho que Pantera Negra foi um graaaande marco por causa da escala da produção
mesmo, além de ser um filme incrível e com muita atenção a muitos detalhes
também. Na parte das animações uma que me marca muito é Avatar, você tem
diversas etnias, culturas, tipos físicos, tudo representado da maneira mais
natural possível. Já tiro no pé... Eu
não sou fã da série, mas eu acho bem zoado a "representatividade
tardia" da JK Rowling...
OR:
Há uma resistência das pessoas em consumir produções de autores menos
heteronormativos? Pode nos dizer um ou mais casos icônicos disso?
R: Acho que tem sim, ainda nos exemplos que falei, teve o final de A Lenda de
Korra que revoltou muuuuuuuuuuitos ditos fãs da série porque fugiu
completamente do esperado.
OR:
No ano passado acompanhamos duras críticas feitas por uma comunidade
ultraconservadora à exposição de arte Queer Museu. O que pode ser feito para
que tragédias como esta não se repitam?
R:
As vezes é meio desesperador pensar no ponto que estamos chegando, mas acho que
tudo se resolve com educação e diálogo, sempre. A gente precisa conversar sobre
sexo, sobre religião, sobre cultura. Cada dia que passa parece que todo mundo
tá se fechando em grupo cada vez mais herméticos sem nenhuma possibilidade de
discordância, isso é bem preocupante.
OR: Bem, Rafa, essas foram as perguntas da entrevista. Você
gostaria de deixar uma mensagem final para os leitores do blog, para quem
pretende ir à Poc Con e para artistas que gostariam de expor seu trabalho em
possíveis edições futuras?
R: Acho que eu vou deixar a mensagem que postamos por esses
dias no perfil da Poc Con, uma das diversas armas que temos para vencer a
LGBTfobia é a arte, por isso apoie artistas LGBTs,
compartilhem o conteúdo, curtam, critiquem, elogiem! E se você é um artista
LGBT, nós PRECISAMOS da sua produção artística, não importa o que você faça!
Ninguém vai fazer do jeito que você faz, então não deixe o medo te impedir de
se expressar!
Redes sociais da Poc Con
Muito obrigado pela entrevista! Adoro o trabalho de vocês!
Todo mundo tá convidado para conhecer a Poc Con e todos os artistas que vão
expor lá, ela vai acontecer dia 22 de Junho, das 10 às 19 horas, no Osaka
Naniwakai, Rua Domingos de Morais, 1581, Vila Mariana, São Paulo. O evento é
gratuito!!!
Espero muito poder encontrar este documentário posteriormente em algum serviço de streaming. Ele faz parte da programação do estival Internacional de Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás (Digo) e retrata a cena Leather brasileira.
Estréia: dia 26/05/2019 no Cinema Lumière, do Banana Shopping (Goiás) às 16h.
Brasil passa vergonha internacional (de novo).O Departamento de Combate à Aids foi fundido em uma coordenadoria que trata também de tuberculose, hanseníase, infecções sexualmente transmissíveis e hepatites.
A medida decreta o fim do Programa Brasileiro de Aids,considerado um dos mais eficazes e elogiados do mundo, que oferece tratamento e apoio psicológico e vários serviços que vão da detecção do vírus até o controle do mesmo.
Finalmente, depois de várias barreiras, o projeto de Lei que equipara LGBTfobia ao racismo foi aprovado. Este é só o primeiro passo de uma longa jornada.
Esta notícia poderia estar na Oh Yes, mas foi aprovada uma ressalva a templos religiosos que continuam podendo pregar homofobia, racismo, intolerância e, por mais contraditório que pareça, o amor de Deus.
Finalmente, depois de várias barreiras, o projeto de Lei que equipara LGBTfobia ao racismo foi aprovado. Este é só o primeiro passo de uma longa jornada.
Esta notícia poderia estar na Oh Yes, mas foi aprovada uma ressalva a templos religiosos que continuam podendo pregar homofobia, racismo, intolerância e, por mais contraditório que pareça, o amor de Deus.
COSPLAYERS DE CAPITÃ MARVEL E MULHER-MARAVILHA SE CASAM na COMIC CON
Ao contrário da fanfic da Damares este casal deu muito certo e é fofo junto. Elas provaram que podem superar todos os preconceitos independente de se uma é da Marvel e a outra da DC.
A Turma da Mônica sempre teve um posicionamento
isento sobre várias questões para facilitar diversos contratos com empresas
públicas e privadas. Temas mais polêmicos são tratados de forma bem leve em Turma
da Mônica Jovem sem chegar à situação real do que retrata. Mesmo assim não
podemos esquecer a importância que estes quadrinhos têm na educação.
Sério, não parece comercial de margarina?
Por isso que saber que o autor, em seus 83 anos, tem um posicionamento liberal é
inspirador.
Encerramos por aqui a trigésima oitava edição da coluna Otoko Repórter.
Espero que tenham gostado. Lembre-se que agora estamos também no
instagram, @otoko.reporter, não deixem
de nos seguir por lá.
OS QUEERS INVISÍVEIS
Esta entrevista me relembrou que uma grande parcela da cultura ocidental
foi produzida por queers. Dentre tantos nomes de músicos, cineastas,
estilistas, escritores, designers e etc... É difícil fazer uma lista dos 20
mais influentes desviando-se de todas as letras LGBTQI+.
E estas musas e musos muitas vezes tem sua sexualidade e expressão de
gênero ignoradas, como se não fossem parte da construção desses indivíduos e
muito menos parte de suas obras. É esta facilidade em dissociar obra e autor
que permite que homofóbicos batam palma sem culpa para a produção de artistas e
influenciadores queer.
É possível achar que a sexualidade da Rebeca Sugar não está manifestada
em Steven Universe?
A AVALANCHE
Em colunas anteriores deixei bem claro o desastre iminente que certo
candidato representava. Pois é... Ele virou presidente e os desastres vieram
mais rápidos do que eu imaginava.
A criatura tomou medidas que atacam diretamente a comunidade LGBTQI+ e a
produção cultural Brasileira. De forma contraditória estes são elementos que
engrossam o caldo da nossa economia que está cada vez mais ralo.
Então, como ele pode querer prosperidade para o país se ele ataca uma
grande parcela do mercado consumidor?
VAMPIROS: A MÁSCARA
A maior parada LGBT do mundo está logo aí. Junto com ela teremos muitas
empresas criando “versões gays” de seus produtos querendo sugar nosso doce pink
money para voltarem a ser lgbtfóbicas pelo resto do ano.
Inclusive, para quem for participar do concurso, sugiro que tomem cuidado com estas marcas.
Eu proponho que estas empresas tenham suas atitudes expostas, pois o dia
do Orgulho LGBTQI+ não é um momento de festa, mas sim um grito pela vida e
liberdade. E este grito foi berrado no passado e hoje continua ecoando.
Não é por menos é o tema da parada deste ano, a revolução de Stone Wall
(1969).
Obrigado por lerem até aqui e aguardo todos vocês no
Instagram da @otoko.reporter e
em todas as redes sociais do B de Bara. Um abraço do Otoko e boas
fodas.
Marduk Hunk Otoko
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