Nome completo: Marco “ByM” Veloso
Nascimento: 12 de Junho de 1976
Naturalidade: Rio de Janeiro
Residência: Rio de Janeiro
Signo: Gêmeos / Dragão de Fogo
Profissão: Ilustrador e designer
Sites e redes sociais
Instagram: @bym
Tapas: Marco ByM
Sites: Bear Nerd e Portifólio.ByMarco
Marco ByM Veloso é um legítimo
bear, designer, quadrinista e ilustrador, que conta com uma vasta gama de
habilidades, muitas delas dedicadas a produção de conteúdo para os bear nerds,
ou beards, como ele carinhosamente nos chama.
Ele é o administrador do site Bear Nerd e possui uma constante produção de
ilustrações, tiras e HQs que podem ser acompanhada em suas redes sociais.
OR: Destro ou canhoto?
ByM: Destro.
OR: Qual a sua formação?
ByM: Eu estudei desenho no SENAC, na década de 90 do século passado, fiz Design Gráfico pela UNICARIOCA (mas não completei).
OR: Gay...bi... pan? Em qual letra você se encaixa?
ByM: Gay, com orgulho.
OR: Está namorando? Casado? Tem um pretendente?
ByM: Solteiro. Mas com umas amizades coloridas por aí.
OR: Qual sua comida predileta?
ByM: Adoro comida Chinesa, Japonesa e Mineira
OR: Qual seu estilo musical preferido atualmente?
ByM: Tenho vários. Musicalmente falando sou bem eclético, mas eu adoro Mash-ups.
OR: Tem alguma tatuagem?
ByM: Não, embora tenha vontade de fazer algumas. Mas o problema é que eu me enjoo fácil e tatuagem é aquele tipo de coisa que não dá para tirar facilmente.
OR:
De onde veio a ideia de lançar um artbook bara no Brasil?
ByM: Honestamente falando, a ideia
é bem antiga. Desde os anos 2000, inspirado pelos trabalhos do Go Fujimoto, eu
queria lançar um artbook, mas naquela época era bem inviável. Hoje em dia
existem ferramentas como o Catarse e o Kickstarter, que facilitam muito concretizar projetos dessa magnitude.
OR:
O que os leitores podem esperar do material além da qualidade incrível
ByM: Além de trabalhos NSFW (no safe for work), vai ter
uma HQ inédita, bem picante.
OR:
Como foi seu primeiro contato com a IndieVisivel
Press?
ByM: Então, eu conhecia o Leonardo
Himura (um dos editores-chefes) desde a época de RPG. Quando ele estava
produzindo o Catarse de Lobo Mau, ele se interessou em publicar TUTE, uma mini
hq que fiz. Depois ele me convidou para desenhar uma versão em quadrinhos do meu
livro, Caio Não Acredita no Amor, para sair como bônus no Cartarse. Foi então
que mostrei Contos de Berds e ele topou publicar na hora.
OR:
Quais outros trabalhos você já publicou através desta editora?
ByM: Contos de Berds.
OR:
Além de você, quem mais está envolvido nesta empreitada?
ByM: O Himura está editando e me
orientando sobre os trabalhos pro Barrigas & Pelos, embora eu tenha
liberdade para sugerir o conteúdo do artbook.
OR:
O Bear Nerd é um site que deve estar perto de completar 10 anos e não podemos
negar que é o seu mais longo projeto e uma plataforma que suporta muitos outros
projetos seus e de outros produtores de conteúdo. Então, como foi que o site
foi idealizado? Quais eram os objetivos dele em sua criação? E estes objetivos
permanecem ou mudaram? (teria os logos anteriores?)
ByM: Então, desde que eu conheci os
ursos, isso em 1999, eu queria fazer um site sobre arte ursina. Mas naquela
época a própria internet era diferente. Anos depois, eu vi a necessidade de ter
um espaço para poder falar de “nerdices” sem sofrer preconceito por isso. Então
eu idealizei o Bear Nerd para ser esse espaço, e logo em seguida chamei meu
amigo e irmão James Figueiredo e juntos mantemos esse espaço.
OR:
Quais dificuldades e retornos positivos teve com o Bear Nerd?
ByM: Então, sempre houve uma
dificuldade em conseguir patrocínio, pois nosso site sempre era julgado como
adulto. Ou seja, sem adsense. Por duas vezes perdemos parte do nosso banco de
dados, que até hoje estamos tentando recuperar. De positivo, foi o
reconhecimento. E teve um momento em que um leitor do site mandou uma carta
dizendo que o site ajudou a manter a barra enquanto estava no processo de sair
do armário.
OR:
Como foi a formação da equipe que grava o BN Cast?
ByM: Foi natural. Na época eu,
James, Wally e o Leonel conversamos em fazer um cast e fluiu naturalmente.
OR:
Algum projeto futuro que você possa nos liberar?
ByM: Eu vou desenhar uma nova HQ
pela IndiVisível, com o roteiro do Leonardo Himura. Estou com um projeto de RPG
que está sendo finalizado e futuramente pode sair algo novo de Fury of Rage.
OR:
Somos de uma época em que não haviam tantos cursos on-line, tutoriais e
materiais de apoio (mal tínhamos internet). Então, como foi seu aprendizado de
desenho? Começou com um curso? Estudo em grupo ou sozinho? Teve algum auxílio?
ByM: Eu fiz curso no Senac. Comecei
com desenho básico e fui emendando diversos outros, passando mais de um ano
estudando. Foi lá que aprendi meu mantra: “Desenho é Treino”. Depois eu fiz um curso de hq pela Lipe Diaz
Escola. Outra ferramenta que me ajudou muito na parte de roteiro foi jogar RPG.
OR:
Como é seu processo criativo e de produção como desenhista?
ByM: Numa hq, eu anoto num post-it a ideia básica e rabisco já
na folha a página, e depois faço já a arte-final, retocando os erros via digital.
OR:
Você prefere o desenho tradicional ou digital?
ByM: Digital, via iPad. Só pela
possibilidade de se consertar mais facilmente.
OR:
Quais seus materiais favoritos?
ByM: Analogicamente adoro usar
marcadores. Digitalmente o meu app favorito é o ProCreate. Mas eu tenho usado
muito o Clip Studio Paint (antigo Manga Studio) para o sombreado das HQs.
OR:
Quais artistas você considera que mais influenciaram seus trabalhos?
ByM: São tantos… Maurício de Souza,
George Pérez, Joe Madureira, Jim Lee, Hiromu Arakawa, Flavio Colin...
OR:
Seus quadrinhos são Armigerium, Bravura, Caros Bears, Contos de Berds, Final
Boss, Três Minutos, Tute e Bear Fantasy. Estou esquecendo algum?
ByM: Posso citar “Arthur &
Lucas”, que foi um quadrinho que fiz em 2000, temático de ursos, “Prevenir
Nunca é Demais” - uma HQ de duas páginas sobre prevenção e “Fury of Rage”, que
é um upgrade de Final Boss, e foi lançada pela Editora Draco na coletânea
Imaginários em Quadrinhos Vol.5.
OR:
Dentre eles quais os trabalhos que mais te marcaram e por quê?
ByM: Três Minutos, porque eu vivi
aquela situação e a HQ serviu para expurgar um sentimento ruim. Contos de
Berds, pelo desafio, pois a primeira versão foi feita em 24 horas e Tute, pois
ela foi feita em 11 horas durante uma crise de depressão e ansiedade.
OR:
Fale-nos um pouco sobre Rainboq Crystals? (PS: Não pude deixar de notar que
neste projeto você já falava de Ursal, anos antes do cabo Daciolo se apropriar
indevidamente do nome. Rsrsrsrsr)
ByM: Curiosamente o projeto inicialmente
se chamava Barrigas & Pelos, e era uma adaptação em RPG da cultura ursina
(que por sinal tem diversos termos e nomenclaturas). Com o tempo eu quis incluir
todas as letras e cores da sigla LGBT e o sistema evoluiu para o Rainbow
Crystals. Mas coisas como o nome do mundo “Bera” e do principal continente ser
uma pata de urso ainda estão lá. A ideia de uma ilha com o nome Ursal veio na
mesma época.
OR:
Neste projeto você até cunhou dois conceitos: Queerpunk e Queertopia. Como é
impossível negar que eles estão presentes em suas artes (Bear Fantasy que o
diga) poderia nos falar um pouco deles?
ByM: Eu tenho que agradecer ao meu
amigo Stephan Martins, pois ele me ajudou e definir melhor esses termos. O
termo “punk” envolve subversão, revolução e luta. Em tantos outros termos como
steampunk e cyberpunk, há um elemento do cenário principal que
indique a ambientação (“steam” para algo de tecnologia e visual vitoriano, e
“cyber” para uma ambientação futurista) e o punk para indicar esse elemento de
revolução (num cenário cyberpunk, essa luta é quase sempre contra corporações
opressoras).
A ideia por trás do queerpunk é
justamente abraçar um cenário com total viés queer, e que possa abordar uma
luta em prol dessas sexualidades e identidades. A ideia é podermos enfrentar
opressões que sofremos no mundo real de forma fictícia, ou nos empoderarmos
através desta nossa ficção coletiva.
Lá fora, a LGBTfobia é real, mata e
assusta só de pensar. Dentro do Rainbow Crystals, ela pode ser um terrível
dragão — que por mais assustador que seja, ele pode ser derrotado.
É quase um requisito que cenários
punks tenham elementos distópicos (ou seja, uma sociedade em ruínas ou em
situação assustadora; a ideia de um mundo nada ideal). Nesse sentido,
apresentamos no Rainbow Crystals a ideia de uma queertopia, um ambiente livre
de qualquer opressão por gênero, identidade ou sexualidade. Num jogo
queertópico, a ideia é que os personagens enfrentem desafios que não envolvam
essa opressão que tanto nos afeta no mundo real.
OR:
A série Bear Fantasy é lançada em espanhol e em inglês, como é a sua recepção
internacional comparada à brasileira? Tem outros projetos que você pretende
lançar para o exterior?
ByM: A recepção foi boa e devo
aproveitar para agradecer aos meus amigos James Figueiredo e Franco Pastura,
pelas traduções. Estamos estudando lançar uma versão do Barrigas & Pelos em
inglês, mas há muita coisa a ser avaliada ainda.
OR:
Falando nela... Há uma previsão para o retorno de Bear Fantasy que para minha
agonia está em hiato?
ByM: Então – risos – há planos sim.
Minha ideia é fechar essa aventura atual e começar um segundo ano, mas o tempo
está sendo o grande problema. E como eu prezo muito pela qualidade, lamento
dizer que vai demorar um pouquinho para Bear Fantasy voltar.
OR:
Em 2016 lançastes uma animação que leva o nome do seu projeto atual, como foi a experiência de animar?
ByM: Eu mexia com o Animate (antigo
Flash), desde os anos 2000. Quano o Tatí me mostrou a HQ que ele fez inspirado
no cenário do Barrigas & Pelos, eu na hora me empolguei em fazer uma
motion comic. O processo de animação foi rápido e tive a ajuda do meu amigo
Walder para remixar as vozes e em uma semana estava pronto.
Eu tenho planos de lançar uma nova
versão com a boca dos personagens se mexendo, mas isso vai depender do tempo…
OR:
Além de quadrinista você já lançou as crônicas “Caio não acredita no amor”, “Caio
ainda não acredita no amor” e “Pandora”, poderia nos fazer um resumo rápido de
cada história? Há planos de lançar outras?
ByM: Caio é um anto-comédia
romântica. Sobre um cara que desiste de acreditar no amor e as consequências
dessa atitude. Pensei numa história de ursos recheado de cultura pop e Roxette,
pois eu amo Roxette. Infelizmente o segundo livro está parado, mas pretendo
terminá-lo até o meio do ano que vem.
Pandora foi um desafio. Eu não
curto coisas de terror e gore, mas eu me propus a fazer um conto de cenário
“pós apocalíptico” sem ser gore. O resultado foi uma história tensa, com ursos.
Até hoje pedem uma continuação, mas a verdade é que nunca planejei uma
continuação. Quem sabe se inspiração certa vier.
Eu lancei pelo Bear Nerd um conto ambientado
no mundo de Rainbow Crystals, chamado Kaendhi e Thordin, inspirado numa
história real: BN Tales – Kaendhi e Thordin
OR:
Seus desenhos mais picantes tendem ao sensual, distanciando-se da arte erótica,
ao que se deve esta escolha?
ByM: Eu gosto de optar pela
sensualidade pois gosto de pensar no leitor imaginando o depois que aquela
ilustração ou HQ mostra, tornando-o um “cúmplice” naquele processo. Mas vou te
contar um segredo: na nova versão do site Bea.rs está repleto de mini-animações
minhas, a maioria erótica.
OR:
Está aberto para comissions? (o link para encomenda-las ainda é o que está em
sua página?
ByM: Sim, sempre.
clique na imagem para as instruções completas
OR:
Quais conselhos você daria para artistas iniciantes que você gostaria de ter
ouvido?
ByM: Existe uma cultura hoje em dia
em que errar é errado, gerando uma preocupação em fazer o trabalho perfeito. Eu
mesmo me privei diversas vezes de fazer um trabalho porque me preocupava em
fazer e refazer para ficar perfeito. Pois bem, a grande dica é que não existe
perfeição. Eu aprendi que ter muitos “bons” é melhor do que um único “ótimo”. Além
do mantra de que “desenho é treino”, não tenha medo de errar, de fazer coisas
novas. Eu mesmo digo que meu melhor trabalho será o próximo. E, acima de tudo,
esteja sempre aberto a críticas construtivas.
Hoje em dia temos diversas ferramentas que facilitam o alcance do nosso
trabalho, como o Tapas, Tumblr, Instagram, Facebook. Use e abuse delas e conte
as suas histórias.
OR:
Você se considera ativista? Por que e por quais causas?
ByM: Sim. Veja o meu caso: sou
negro, gordo, gay e urso. Com o início do Bear Nerd eu fui me abrindo e me
conscientizando para diversas causas. Eu mesmo vivo em processo de
desconstrução, errando, aprendendo, descobrindo. E numa época onde pessoas
acham errado o simples fato de sermos diferentes por amar um igual, mais do que
nunca temos que nos unir e não soltar a mão de ninguém.
OR:
Hoje vemos o surgimento de várias representatividades na cultura pop, tanto de
padrões estéticos como de gênero e sexualidade. Qual sua opinião sobre a forma
como isso vem sendo feito?
ByM: Eu acho que cada vez mais
essas várias representatividades merecem ganhar voz, e acima de tudo, as
pessoas precisam exercer mais a empatia para com esses grupos.
OR:
Como você conheceu a comunidade Ursina? Ela está muito diferente hoje?
ByM: Foi através de um artigo na
extinta revista G Magazine, em 1999. Lá eu li sobre uma comunidade gay de
gordos, barbudos e peludos chamada de ursos que fez minha cabeça explodir. Até
então eu sequer imaginava que pudesse existir tal grupo.
Com certeza. Grupos evoluem. Os
ursos de hoje em dia são diferentes dos que conheci em 1999. Isso é ruim? Não.
É fato que há pessoas na comunidade ursina que segregam muito os que estão fora
do padrão de lenhador-machão-não-afeminado. Mas ao meu ver há espaço para
todos.
OR: Nos primeiros anos do Bear Nerd a subcultura bear era carente de referência. Quais foram as mudanças até estes últimos anos?
ByM: Muita coisa mudou e pra melhor. Hoje em dia existem mais veículos de informação, tem os diversos grupos no Facebook, canais no Youtube.
OR:
Fora o nome de um vilão que faz referência a um infame político (sim, eu
lembro) há poucas referências políticas em seu trabalho. Um posicionamento
seria prejudicial a um artista na sociedade polarizada de hoje?
ByM: Na verdade, mais de um. O
risco existe, mas eu prefiro polemizar com situações do que com nomes em si.
OR:
Na sua opinião, o meio nerd (detesto este termo, mas é o mais popular) ainda é
muito homofóbico e gordofóbico? Que comportamentos ainda devem mudar?
ByM: Ei, eu gosto do termo nerd!
Mas eu diria que além de homofóbico e gordofóbico ainda é misógino e machista. Eu acho que enquanto os grandes canais e formadores de opinião não se
posicionarem em dizerem que essas coisas são erradas e tem que acabar, ainda
vai ter muitos seguidores propagando essas ideias erradas.
OR:
Já foi vítima de homofobia e/ou gordofobia? Quer falar sobre o caso?
ByM: Já. Foi em 1999/2000. Eu
frequentava uma livraria todo fim de semana para jogar RPG. Acontece que saiu
num jornal uma reportagem de destaque sobre ursos com diversos desenhos meus
(eu nem sequer fui citado). Então que pessoas nesse grupo acharam essa
reportagem, reconheceram o meu traço e espalharam pra todo mundo que eu era
gay. No fim de semana seguinte, pessoas que antes me cumprimentavam
calorosamente estavam frias e distantes. Eu previ que foi por causa da
reportagem e acabei me afastando. Doeu bastante na época a indiferença das
pessoas.
OR:
Passatempos favoritos?
ByM: Desenhar, jogar RPG, World of
Warcraft e Jogos de Luta.
OR:
Qual o melhor console e dele quais os melhores títulos? (pode escolher mais de
um console).
ByM: Eu sou PC Gamer, mas até pouco
tempo tinha um PS3 e o meu falecido PSP está entre os consoles favoritos.
OR:
Quais seus quadrinistas preferido?
ByM: Jim Lee, Joe Madureira, George
Pérez, Mauricio de Souza...
OR:
Quando você vai escolher um personagem em um jogo de luta que ainda não jogou
você opta pelos mais populares (como Ryu, Gin, Iori) ou pelos que são mais
bonitos?
ByM: Eu procuro pelos gordos e/ou
barbudos, rsrsr
OR: Qual o melhor e o pior filme da Marvel na sua opinião?
ByM: Pior: O Incrível Hulk. Porque sempre fui fã da abordagem que Ang Lee usou no filme anterior. Melhor: Capitão América – Soldado Invernal.
OR: Três HQs/mangás que você considera leituras indispensáveis?
ByM: Fullmetal Alchemist, Futuro Imperfeito e Astonishing X-Men.
OR: Com qual sistema de RPG você mais se diverte, conte-nos por que?
ByM: Eu joguei por anos Lobisomem o
Apocalipse. Sempre gostei porque adoro metamorfos e porque tinha uma vibe meio
Coração Valente. Recentemente joguei City of Mist e me apaixonei. Inclusive tem
as lives com as partidas no canal da Forja do Mestre, onde participei com um ursão chamado Tank Stone.
OR:
Prefere narrar ou jogar?
ByM: Ambos.
OR:
Conte-nos sobre uma boa experiência com RPG?
ByM: Uma recente: as aventuras que joguei de City
of Mist pela Forja do Mestre.
OR:
Qual seria sua raça e classe se nosso mundo fosse como D&D? Por que estas
escolhas?
ByM: Anão Clérigo. Porque anões são
fodas e eu adoro jogar como clérigo. Gosto da combinação porradeiro/suporte do
grupo.
OR:
Quem você mata, casa e leva para uma noite no motel? Zangief / Mestre Cheng (WoW) / Chang (kof)
ByM: Gente! Que injusto! Mas vamos
lá: Eu mato o Chang Koehan, Caso com Mestre Cheng e tenho uma noite com o
Zangief.
OR:
Já fez ou faria cosplay? Se sim de quem?
ByM: Nunca, mas se fizesse ou faria
do Chang Koehan ou de um Pandaren.
OR:
Quais personagens da cultura nerd você escolheria para ter uma versão bear?
ByM: Teria diversos. Mas eu ia
adorar fazer um personagem de Saint Seiya ursino, talvez uma repaginada no Geki
de urso.
OR:
Quais casais dos videogames e dos quadrinhos você shipa mais?
ByM: Torbjorn e Reinhardt.
OR:
Qual foi seu primeiro crush 2D? e 3D?
ByM: Rapaz, eu adorava ver o Bud
Spencer na TV, acho que serve pros dois, né?
OR:
Qual (quais) personagem(ns) da cultura pop você namoraria?
ByM: Eu nunca parei pra pensar
nisso, acredita?
OR:
Quem são seus artistas bara (como estética, não necessariamente japoneses)
favoritos e quais os trabalhos favoritos de cada um?
ByM: Go Fujimoto. Vendo o trabalho
dele eu me senti confiante para poder desenhar mais personagens ursinos.
OR: Quais classes da comunidade bear (referenciando Rainbow Crystals) são suas
favoritas em nosso mundo?
ByM: Polar Bear.
OR:
O que você acha sexy em um homem? E o que definitivamente broxa?
ByM: Gosto de caras grandes, se
forem grisalhos, melhor ainda. Detesto pessoas sonsas.
OR:
Tom of Filand, um dos mais famosos artistas homoeróticos declarou que ele sabia
que um de seus desenhos estava bom quando ficava excitado com o mesmo. Você
nega ou confirma?
ByM: Eu nunca me excitei com os
meus desenhos, mas já teve muita gente que me falou que sentiu calor com
algumas ilustrações minhas.
OR:
O que você considera como a “pegada” de um belo bear?
ByM: O bom papo. Beleza não é nada
sem conteúdo.
OR:
Conte-nos sobre seus fetiches?
ByM: Adoro um Daddy Bear de terno.
OR:
Que peça de roupa dá um bônus de carisma em qualquer homem?
ByM: Camisa aberta.
OR:
Usa os aplicativos de “caça” ou os abomina?
ByM: Eu uso.
OR:
Tem algo que gostaria de dizer aos nossos leitores?
ByM: Quero agradecer a entrevista e
dizer que, se você quer ser um artista, a regra é que desenho é treino. Nunca
desista de praticar e mostrar seu trabalho, sempre sabendo filtrar as críticas
construtivas. Outra coisa: se você admira um artista, não tenha vergonha de
comentar, elogiar e até criticar (construtivamente). Não custa nada encorajar
um artista. Depreciá-lo pode custar tudo.
Este mês ele está lançando o
financiamento coletivo do primeiro artbook bara nacional, Barrigas
& Pelos,
pela editora IndieVisivel Press.
O livro vai contar com uma coletânea de
ilustrações e uma HQ que exploram a sensualidade e o romantismo dos homens gordos e
peludos em 68 páginas de papel couchê no formato de
18×24cm, capa dura e versão digital, uma qualidade digna de trabalhos
internacionais. Junto com o material
serão confeccionados bookplates no formato A5, pins esmaltados e marca-páginas.
São
nove níveis de recompensa que vão de R$20, apenas a versão digital de Barrigas
& Pelos. Os outros níveis terão recompensas como pins esmaltados, marca-páginas, bookplates, outras duas obras
de ByM em formato digital, comissions e até uma HQ.
O
financiamento é no modelo flexível e está aberto até o dia 06 de maio. O
lançamento do material digital está previsto para o mês de julho.
Como apoiar: Catarse
Investimento: de R$20 a R$1.500
Prazo: Até o dia 06 de Maio
A POC-CON trata-se de um um evento nerd para reunir e prestigiar artistas do meio queer. A convenção acontecerá no sábado pré-parada LGBT+ de São Paulo, dia 22 de junho de 2019, das 10h às 19h, no Osaka Naniwa-Kai (Rua Domingos de Morais, 1581 – próximo ao metrô Vila Mariana – São Paulo/SP). Entrada gratuita.
Alpantuni conta os dilemas de um gay muçulmano
O quadrinista indonésio @alpantuni está lançando há um mês uma série de tiras cômicas sobre a vida de um gay muçulmano. Por enquanto apenas algumas contam com tradução para o inglês no Patreon do artista.
A POC-CON trata-se de um um evento nerd para reunir e prestigiar artistas do meio queer. A convenção acontecerá no sábado pré-parada LGBT+ de São Paulo, dia 22 de junho de 2019, das 10h às 19h, no Osaka Naniwa-Kai (Rua Domingos de Morais, 1581 – próximo ao metrô Vila Mariana – São Paulo/SP). Entrada gratuita.
Alpantuni conta os dilemas de um gay muçulmano
O quadrinista indonésio @alpantuni está lançando há um mês uma série de tiras cômicas sobre a vida de um gay muçulmano. Por enquanto apenas algumas contam com tradução para o inglês no Patreon do artista.
O quadrinho já incomodou muitas autoridades da Indonésia que chegaram a exigir, sem sucesso, o cancelamento da conta do Instagram.
Onde encontrar: Instagram @alpantuni
Investimento: de R$20 a R$1.500
Prazo: Até o dia 06 de Maio
Galapagos editora chama preconceituoso para apresentar D&D
A editora Galapagos, chama, Affonso Solano, dos canais Matando Robô Gigante, personalidade conhecidamente preconceituosa para apresentar quinta edição de D&D no evento Diversão Offline. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 22, e desde então têm gerado muitas discussões na internet. Até o momento a Galapagos Editora não alterou a programação ou se pronunciou sobre o fato.
O tradutor Stephan Martins fez dois vídeos ao vivo nesta terça-feira, esclarecendo o caso e fornecendo mais detalhes.
Ubisoft se desculpa por homofobia em The division 2
A Produtora de jogos Ubisoft anunciou um pedido de desculpas por uma imagem no game The Divisão 2 que continha um insulto homofóbico. Em um pedaço de arte de rua em um prédio do jogo, um policial foi fotografado comendo um donut enquanto usava um crachá com o número "FA6607".
O detalhe usa um código conhecido como leetspeak, em que as letras são substituídas por números ou caracteres que se assemelham.
Após a descoberta da imagem, a Ubisoft divulgou um comunicado confirmando que a palavra ofensiva seria removida do jogo. "Fomos informados de que uma arte de rua em The Division 2, de Tom Clancy, continha conteúdo ofensivo. Nós removemos a imagem do jogo por meio de um patch na quinta-feira, 11 de abril”, informou a Ubisoft em um comunicado.
“Pedimos desculpas por essa imagem ter passado por nossos processos de revisão de conteúdo, e atualmente estamos revisando nosso material para evitar que esse tipo de situação se repita no futuro.”
Canal queer concorre ao Goblin de Ouro
Encerraram as votações populares para o II Goblin de Ouro, um prêmio que reconhece os melhores conteúdos de RPG nacionais e importados. Entre os concorrentes a diversidade está representada através do tradutor, produtor de conteúdo e abertamente bissexual Stephan Martins, apresentador do canal Ordem do Dado.
Stephan Martins concorre pela primeira vez, como tradutor da linha Shadowrun e seus suplementos e pela segunda vez com o canal Ordem do Dado, que trata de RPG e diversidade. Ele também foi um dos convidados do Painel de Representatividade LGBT na edição de 2018 do evento Diversão Offline.
O Ordem do Dado é um canal no Youtube criado em janeiro de 2017 que trata do RPG com um viés inclusivo quanto a questões de cor, sexualidade, diversidade de gênero e ativismo. “O nosso objetivo em manter este diferencial é tornar nosso ambiente de RPG mais inclusivo, permitir que mais gente queer tenha mais espaço para participar e criar”, declarou Stephan Martins.
O Goblin de Ouro teve sua primeira edição em 2018 com o objetivo de agraciar a produção de materiais de RPG voltados ao público nacional. A premiação é realizada durante o evento Diversão Offline que este ano ocorrerá no Centro de eventos São Luís, em São Paulo - SP, nos dias 27 e 28 de abril.
Encerramos por aqui a trigésima sétima edição da coluna Otoko Repórter. Espero que tenham gostado. Lembre-se que agora estamos também no instagram, @otoko.reporter, não deixem de nos seguir por lá.
Em busca da poc perdida!
Tiveram três matérias que foram exclusivamente para o Instagram que mereciam estar na OH YES! Mas como a Otoko Repórter abrange um espaço de tempo muito amplo, vi que elas tratavam basicamente da mesma coisa.
Em resumo, a Marvel e a DC estão querendo lançar personagens gays em suas franquias cinematográficas e isso seria ótimo.
Sim, seria... Porque não é só colocar um personagem gay para cumprir tabela, a forma como isso é feita também conta. E a forma como Shazan! Fez não foi boa.
Sim, seria... Porque não é só colocar um personagem gay para cumprir tabela, a forma como isso é feita também conta. E a forma como Shazan! Fez não foi boa.
E como foi em Shazan! e porque foi ruim?
Em resumo, sem dar spoilers, um menino que vai virar super-herói lá para o final do filme entra com outros em um cabaré e quando sai de lá diz: “Eu não gostei muito do que vi.” E é só isso. É assim que eles querem que engulamos um personagem gay.
Se você quiser achar que é um indício de que é um super herói gay, você tem todo o direito. Mas se você quiser achar que não também.
E não estou querendo jogar uma onda de politicamente correto em Shazan!, que é um filme no sense então não espero uma explicação complexa. Mas se for para ter um personagem gay que ele sinta orgulho em deixar isso claro, pois estamos cansados de viver em armários.
E não estou querendo jogar uma onda de politicamente correto em Shazan!, que é um filme no sense então não espero uma explicação complexa. Mas se for para ter um personagem gay que ele sinta orgulho em deixar isso claro, pois estamos cansados de viver em armários.
E a outra crítica que tenho às produtoras de entretenimento é quanto às outras letras, principalmente aos Bi, que atualmente estão bem apagados. O próprio Hércules da DC já pegou homens e mulheres, então seria muito triste que ele fosse apresentado apenas como gay ou hétero.
Vale lembrar que tanto a Marvel como a DC têm, em suas HQs, ótimos personagens queer que merecem ir para os cinemas vivendo plenamente suas sexualidades e identidades de gênero.
Obrigado por lerem até aqui e aguardo todos vocês no Instagram da @otoko.reporter e em todas as redes sociais do B de Bara. Um abraço do Otoko e boas fodas.
Marduk Hunk Otoko
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