Resultados finais do 9º Concurso de desenho do B de Bara! Confira aqui os resultados finais da 9ª edição do concurso de desenho do B de Bara! Obrigado a todos os participantes e aos leitores que votaram! LEIA MAIS
GRIGO OTOKO

Fogo e Neve.

Boa noite Damas e  Senhores  

Hoje trago a vocês uma história antiga, de sofrimento e pesar, de erros e aprendizado. De um Lobo cego pelo fúria.
Hoje Lhes conto Fogo e Neve.



Já estávamos caçando aquela presa há dias e a fome nos corroía as entranhas, mas isso só fazia com que a carne ficasse com um gosto melhor; olhei para atrás e vi o meu grupo em meio a neve, alguns ainda estavam em condições de continuar a jornada, outros tinham desmaiado ali mesmo e eu sabia, eles caíram em suas próprias covas. Balancei- me e tirei a neve do meu pelo, o frio forte e a fome estavam drenando as nossas forças enquanto o ganido dos mais novos da matilha ecoava em minhas orelhas, um choro de fome e de cansaço.
Estávamos perto do nosso objetivo e ele não me escaparia de novo, a marca em meu peito ainda doía, aquelas garras abriram cortes profundos e que doem nos dias frios, fizeram falhas no meu pelo que ainda estão lá.
Paramos à sombra da montanha, ela barrava o vento e nos fornecia um abrigo temporário, quando de repente meu pelos se eriçaram e o rosnado me veio à garganta, minha matilha ficou de prontidão, seus peitos arfavam de cansaço e suas línguas estavam pendendo das mandíbulas, meu beta veio até mim e protestou dizendo que precisávamos descansar, eu rosnei de volta. Os chamei de fracos e disse que aquela presa eu iria buscar sozinho, que se a matilha dependesse da liderança deles morreríamos de fome e a nossa honra perante as tribos valeria o mesmo que bosta de alce.
Saí sozinho na imensidão branca ofuscante, em busca de vingança e procurando saciar a minha fome, o ar gélido cortava por entre as árvores mortas e roubava o calor dos meus pulmões, a neve compacta afundava sob minhas patas a cada pisada, abafando meus passos; caminhei pelo que me pareceu um piscar de olhos, mas o pai Hélios deu lugar a mãe Luna. Foi nesse momento que meus olhos se estreitaram e em meio ao branco sólido eu vi a prata reluzente, a prata rajada de trevas, os músculos fortes por debaixo do pelo curto, o simples caminhar daquele ser me abismava e enojava, como alguém poderia me despertar sentimentos tão distintos? Até hoje eu não sei.



Caminhei por entre as árvores secas e afundei na neve, deixei que ela caísse sobre o meu corpo e me cobrisse. Esperei a minha presa passar e após algum tempo ele veio, sobre duas patas, num caminhar calculado e forte, sua graça e força eram admiráveis e seus músculos trabalhavam em uma sincronia que fazia as listras do seu pelo dançarem, seria uma pena manchar o prata de rubro, mas meu corpo pedia e eu não iria nega-lo.
Esperei pacientemente até ouvir seus passos firmes compactando a neve que caía lentamente diante dos meus olhos antes que eu os fechasse, minha respiração desacelerou até quase parar e os únicos sons que chegavam aos meus ouvidos era o martelar do meu coração e os passos fortes, um após o outro.
Tudo aconteceu num piscar de olhos, saltei do mar branco em direção a garganta prateada e ele, numa reação tardia, fechou os braços na frente do corpo tentando me bloquear em vão, meu peito já estava colado ao dele e o que foi uma tentativa de defesa virou um abraço, nossas respirações fizeram fumaças naquele frio, caímos em silêncio na neve e começamos a nossa luta, rolamos pela neve entre mordidas e arranhões, socos e pontapés. Ele abriu-me as costas com suas garras, eu deixei uma ferida rubra em sua garganta, o prata tingindo de carmesim assim como o branco do meu pelo virou vermelho, ele recuou até encostar-se numa árvore, ofegante, fraco e frágil: o Grande e Poderoso Tigre Branco, Senhor da Montanha estava ali aos meus pés. Vê-lo nessa situação foi prazeroso, posso até dizer que meu espirito gozou, mas ele não caiu, seus olhos brilhavam, azuis e gélidos e eu percebi, aquilo era poder, ali havia nobreza, mesmo na morte e derrotado ele mostrava-se superior.
 Não pude suportar aquilo, avancei em sua direção e lhe desferi uma patada no rosto que o fez cair de joelhos, eu iria quebra-lo, iria mostrar que sou melhor, mas eu não podia sustentar aquele olhar altivo, recuei a passos trôpegos, o desespero e o medo fizeram disparar um gatilho que eu nem sabia existir, o momento perfeito para a ideia perfeita, pensar naquilo era hediondo, mas extremamente excitante... eu o imaginei sofrendo e gemendo, suspirando e implorando para que eu parasse, para que o deixasse e por fim, para que pusesse um fim ao seu sofrimento.
O simples lampejo da fantasia me fez ficar excitado de uma forma tão repentina que o meu corpo reagiu antes que eu pudesse compreender, o coração batia num misto de felicidade e prazer doentio, minha língua selvagem passou por entre os dentes e pendeu pro lado enquanto meus olhos reviravam com a ideia.
 Quando voltei a mim pude vislumbra-lo no chão, de joelhos aos pés de uma arvore, puxei-o pelos cabelos da nuca e o coloquei de pé, amarrei seus punhos acima da cabeça e empurrei sua cara na arvore, iria lhe tirar a dignidade e o orgulho, ali e agora. Puxei sua cauda felpuda e chutei suas pernas, forçando-o a abri-las para mim, o penetrei de repente e de rompante enquanto uivava e me divertia, ele rosnava e forçava as cordas, esfreguei sua cara na arvore enquanto o penetrava e seus gemidos me excitaram ainda mais.

Eu lambi a mordida que fiz em seu pescoço e provei de seu sangue quente, pelos espíritos antigos, aquilo era o paraíso, a mais doce bebida era aquele sangue que tingiu meus dentes e sujou meu focinho, enquanto ele se encolhia de dor e repulsa eu crescia de desejo e ardor, meti e meti cada vez mais forte, seus rosnados e grunhidos me satisfaziam rasgando a noite. O uivo entalado em minha a garganta libertou-se e finalmente me senti feliz, depois de tanto tempo carregando aquela marca eu deixaria a minha, encaixei meu quadril no dele e o forcei a mover-se comigo, rebolamos para cima e para baixo como um casal de amantes experientes, a minha raiva nos impulsionava em direção ao meu prazer, seu arfar e a língua grossa e áspera para fora da boca, sua respiração quente fazendo pequenas nuvens de ar quente, seu hálito morno cheirava a carne fresca e crua, aumentando a minha fome. Eu o fudi com força sem me importar com o sangue que percorria minhas pernas e minhas bolas, minha língua pendurada moveu-se em direção ferida dele e eu a lambi, devagar, aproveitei cada raspar, cada gota morna.
Em meio aquele torpor eu senta, em meu intimo, que algo ainda não estava correto, mesmo ali eu percebi que ele ainda estava me dando as costas, não importasse o que fizesse ele ainda não me veria, se ele não me visse como eu iria ficar marcado em sua alma? Meu rosto sujo com seu sangue e meu sorriso deveriam ser gravados em sua memoria, sendo assim cortei as cordas e libertei seus pulsos,  o virei e abri suas pernas com chutes, pisei na cara dele e o fiz deitar no chão. Pronto: dessa eu o faria olhar diretamente para mim e saber quem era o responsável por faze-lo descer de seu pedestal. Deitei-me por cima dele e segurei suas pernas, abrindo-o mais, até que eu me desse por satisfeito, e mais uma vez eu o fudi, pude sentir seu cu engolindo o meu pau, com força e firmeza, mas da mesma forma ele tentava me por para fora, essa sensação somada ao calor do corpo dele foi mais do que o suficiente para não abandona-lo ali e agora. Porém, o que mais me satisfazia era saber que ele estava sofrendo, o sangue escorrendo de seu cu pelo meu pau, os rosnados contidos e o gemidos arrancados, tudo isso fazia com que eu me sentisse feliz, então desejei mais, bombei o seu cu, cada vez mais forte, a intensidade aumentava de acordo com os seus gritos e o meu sorriso.
Me satisfiz de seu corpo enquanto o montei, saboreei de seu sangue e suor ao lamber seu pescoço e suas orelhas, absorvi cada gota com minha língua gulosa, bebi cada gemido e respirei cada suspiro que extrai de seu corpo exausto; mesmo assim eu não me sentia satisfeito, aqueles olhos, não importa o que eu fizesse, eu não conseguia quebrar seu espírito. Por quê?
De súbito parei e me afastei dele, algo nele despertou uma coisa que não estava prevista, seria compaixão? Não era algo maior, o soltei e ele caiu no chão, arfando e me encarando, os olhos gélidos desprovidos de qualquer sinal de ódio ou raiva, mas sim de compreensão, ou pena?  Talvez, fosse Perdão. Não... Ninguém seria tão nobre e puro assim a ponto de perdoar aquele que acabou de lhe fazer um mal tão indescritível. Eu não pude lidar com aquilo, eu me rendi perante aquele olhar e sofri, chorei por ser aquele imundo, por ter feito um mal aquela criatura tão nobre e pura, que nada mais fez do que seguir a sua natureza.
Ele levantou-se e se aproximou de mim, ajoelhou-se, lambeu-me o rosto, sua língua áspera e quente roçou meu pelos, ele bebeu minhas lagrimas e disse:
- Eu te perdoo e te entendo.
Aquela sentença foi o suficiente para que eu me sentisse responsável, por cada mal que eu tinha lhe feito, percebi que deveria haver uma maneira de reparar o que tinha feito, de fazer com que suas feridas sarassem – talvez se eu cuidasse delas –, que simplesmente poderíamos esquecer tudo o que fiz e ir cada um para o seu lado, como se nada tivesse acontecido.
A felicidade inundou-me os olhos e encheu-me o peito, até que a realidade me trouxe de volta; ele já tinha perdido muito sangue por causa da mordida que dei em seu pescoço, seu corpo já estava exposto ao frio há tempo demais, no entanto sofrer ferimentos e enfrentar o clima era comum para um alguém como nós; o que fez minha alma pesar foi o estado de seu corpo, seus pulsos estavam esfolados e talvez quebrados dos nós e da força que impus sobre eles, seu corpo estava gélido como se eu já tivesse roubado todo o calor, o peito e o abdômen estavam dilacerados pelas minhas garras, assim como os ombros e as costas também estavam por causa dos meus dentes. O magnifico ser de prata foi tingido de carmesim, tal qual meu pelo, também.
Porém, quando o remorso e a culpa foram tomando forma ele me disse suas últimas palavras, palavras estas que são grilhões, que me prendem à culpa e à sanidade:
- Me devore e não me deixe morrer, faça da minha carne a sua, dos meus ossos o teu tutano, assim eu nunca serei esquecido.
Ele falava isso e seus olhos perdiam o brilho, seus lábios mal se moviam ao formar as ultimas palavras e com um ultimo soprar dos ventos ele viveu para sempre.



 Bem Cavalheiros e Senhoritas,  é assim que eu encerro essa noite.
Espero que tenham gostado e aprendido, o ódio também é capaz de ensinar.

Um Breve, mas importantíssimo Agradecimento ao Saito, por ser meu revisor de ultima hora.


Até a próxima noite de Lua Senhores.



22 comentários:

  1. Respostas
    1. Eu que agradeço pelo tempo que você dedicou a lê-lo

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  2. Lorde Bear, eu não tenho palavras para descrever como esse conto mexeu comigo.
    Ele traz à tona os instintos básicos da vida, juntamente com o sentimento de culpa...
    Às vezes, por causa de emoções e instintos primitivos, acabamos machucando os outros :/

    A cada conto eu fico mais e mais admirado com a sua habilidade de escrever. Obrigado pelo conto!

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    1. Brigado Raven, de verdade... Esse conto foi difícil, nunca escrevi um furry, então como eles são meio animais pensei em levar pra natureza mesmo e mostrar como o mundo natural pode ser ^^

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  3. Adorei...
    Uma história furry. Estava me perguntando essa semana o que teria acontecido a ti Lord Bear. Tinha postado um conto e sumido...

    Que bom que voltou.

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    1. Eu vim para satisfazer as suas Fantasias Armand, não ache que só por que gozou agora eu deixarei você em paz.

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  4. Uma boa história para se refletir,as pessoas podem lhe fazer mal mas também não seria certo devolver da mesma forma,devemos perdoar mesmo que seja uma coisa difícil

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    1. Difícil é ter a maturidade suficiente para poder perdoar Tutu...

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  5. Muito bom. Sumiu por um tempo, mas voltou com tudo! XD

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  6. Falto um final feluz : ' (

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  7. adoro furry pricipalmente lobos ursos cavalos e touros são tão sexy Lord bear qual teu skype face email?
    visite meu blog bombadosclub

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    1. pode entrar em contato comigo pelo e-mail do blog Edu
      Sinta-se a vontade

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  8. Mas mas :C pensei q ele ia ficar com o lobo no final :C muito bom gostei demais

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    1. Na natureza o que vale é a lei do Mais Forte Kurinsuman =/

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  9. Acho que Foi o primeiro conto que já li e que me fez chorar , nem sei o porque. Muito Bom , parabéns pelo seu ótimo trabalho.

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    1. Muito obrigado...
      Faço com todo o carinho e pensando em vocês... Sempre...

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  10. Indescritivelmente profundo! É incrível a sintonia do modo como os personagens se comportam construindo um cenário peculiar, do sentimento de honra impelido nos sentimento dos mesmos. E de um final dramático, consolidando um ideal característico.

    Bravo!

    Att,
    Nicolas

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    1. Obrigado Nicholas, se vocês gostou desse, dê uma passado em "Uma tarde Incomum no Trabalho" .
      É um outro conto que fiz.
      E todo mês tem ^^

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  11. que interessante 'u' kkkkkkkkkkkkk não sempre que me deparo com algo assim... bem... na verdade é a primeira vez que me deparo com um bara escrito kkkkkkk mas ainda assim foi... humn... que palavra usar?... gostoso? é talvez seja essa a palavra ^///^

    Aqui é Lenny Oribu dizendo arigatou gozaimasu por compartilhar suas perverções... ops!... pensamentos conosco. Bye bye

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  12. *-* gostei. Nao sou fã de furry mas mesmo assim foi otimo e com um final surpreendente e um pouco triste. As ultimas palavras foram inesqueciveis e emocionantes.
    Esse conto é uma obra prima.

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